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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Howards End

Embora seja um livro com ideias giras (daí ter feito bastantes citações enquanto o lia), não o consegui acabar de ler. Não me conseguiu manter interessada e sempre que pegava nele à noite pensava "que chatice, lá tem de ser". Só que não tem de ser, e por isso desisti e optei por ver o filme. Embora a história esteja relatada de forma algo diferente (juntam alguns acontecimentos num só o que é compreensível para poupar tempo e afins), confirmou as minhas suspeitas que seria algo penoso para acompanhar. Não digo que não tenha gostado do filme: gostei, sobretudo devido às prestações dos actores principais (sendo a Emma Thompson, o Anthony Hopkins e a Helena Bonham-Carter outra coisa não seria de esperar). Mas não é o meu género de história, pronto.



É uma espécie de crítica social. Cada personagem pertence a uma classe distinta com as suas situações características e toda a moral da história é mostrar como todos no fundo são seres humanos iguais, que, no fim, se acabam por unir e ter mais em comum do que pensam e que todos podemos aprender uns com os outros. Julgo ser isto. Mas a acção decorre a um ritmo muito morno e mesmo o ponto alto da história sabe a pouco. Repito, não tiro o mérito ao livro... mas uma pessoa não pode gostar de tudo.



domingo, 17 de julho de 2011

"O Parente Mais Próximo", John Boyne


Data de lançamento: Outubro de 2006
Data de lançamento em Portugal: 2011
Editora: Ulisseia
Páginas: 488

Owen é o parente pobre da riquíssima família Montignac, a qual o adoptou por caridade. Contudo, quando o patriarca da família, seu tio, morre, Owen sente-se animado com a promessa de um futuro no qual não dependerá de ninguém pois toda a riqueza será sua, devido à sucessão natural para o herdeiro masculino. Mas o destino troca-lhe as voltas e Owen assiste, abismado, à leitura de um testamento que passa todo o espólio Montignac não para si mas para a sua prima, Stella. Ignorando os motivos que levaram o seu tio a modificar a regra de sucessão da família e mergulhado em dívidas de jogo, Owen tem que utilizar a sua pródiga inteligência para sobreviver.

O Parente Mais Próximo é o segundo livro de John Boyne editado em Portugal, precedido pelo êxito O Rapaz do Pijama às Riscas livro sobre o qual continuo a ter sentimentos mistos. Foi precisamente essa a razão que me fez comprar o novo livro: ver o que havia para além daquilo, daquela história inocente a roçar o cliché. E foi uma óptima surpresa.

Alguns personagens são ligeiramente dispensáveis, mal construídos, nota-se claramente que John Boyne concentrou todo o seu talento apenas em dois ou três o que pode constituir um erro. Mas aqui, sendo um livro tão despretensioso, mal se dá por isso. Os quatro personagens centrais também são algo cliché: Sir Roderick Bentley, o juíz que garante nunca faltar à sua integridade, Gareth Bentley, seu filho, o típico menino-rico da aristocracia, das escolas privadas, de futuro traçado e sem ambição, Stella Montignac, o estereótipo de mulher decidida da época e, por fim, Owen Montignac, aquele que escapa melhor a linhas pré-definidas. E ainda bem. Extremamente inteligente, de aparência pouco habitual, Owen tem tudo para se tornar desprezível aos olhos do leitor com todos os esquemas que monta para sobreviver mas, no final, acontece precisamente o contrário: o leitor afeiçoa-se a ele, sente com ele, não quer que nada lhe corra mal embora ele  o mereça. 


Quanto ao fluir da história em si, alguns podem considerá-lo algo lento. Contudo, tem que ter tido em conta que este livro pretende misturar uma espécie de suspense, thriller e drama familiar e julgo que John Boyne conseguiu cozinhar muito bem os três. Todos os pedaços de informação são-nos dados pouco a pouco, em lume brando, para nos aguçar a curiosidade. Não nos é apresentada uma descrição exaustiva de cada personagem no primeiro momento em que aparecem. Vamos conhecendo cada um deles aos poucos. E esse é um ponto muito forte.

A capacidade de entreter é suprema, daí recomendar vivamente O Parente Mais Próximo. O enredo envolve-nos, abstrai-nos do resto. Não é de todo uma obra-prima, mas, sendo pouco ambicioso, cumpre todos os seus objectivos. Fiquei com curiosidade em ler mais obras do senhor Boyne... e já tenho algumas ali na estante.

Classificação: 3,5/5. Despretensioso, história simples, personagem central fortíssimo, questões morais estereótipo, leitura rápida e cativante.